JC e-mail 4020, de 28 de Maio de 2010.
Educação brasileira exige medidas excepcionais, diz presidente da SBPC
Para Marco Antonio Raupp, problemas gritantes do sistema de ensino se traduzem em demandas emergenciais que pedem soluções excepcionais
A solução dos problemas mais agudos da educação básica no Brasil, como a formação deficiente no ensino fundamental e a carência de professores, exige medidas urgentes e excepcionais, inclusive do ponto de vista legal. A opinião é do presidente da SBPC, Marco Antonio Raupp, expressa na noite desta quinta-feira, 27, durante sua participação na sessão plenária "Educação de qualidade desde a primeira infância", durante a 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, que se realiza em Brasília até esta sexta-feira.
Para o presidente da SBPC, o Brasil apresenta um "imenso déficit na educação básica", que contempla os níveis de ensino fundamental e médio, e a solução definitiva dos problemas apresenta "duas ordens de desafios", disse. "Uma, que exige resultados urgentes; outra, que proporcione mudanças estruturais no sistema educacional e que apresente resultados no médio e longo prazo", explicou.
A primeira ordem de desafios se refere aos "problemas gritantes" do sistema de ensino brasileiro, como a formação de analfabetos funcionais (pessoas que não entendem o que lêem) e a carência de professores, especialmente de ciências. Para Raupp, esses problemas se traduzem em "demandas emergenciais que pedem soluções excepcionais". A seu ver, não basta um regime normal para resolver esses problemas. "Serão necessários esforços redobrados, quebra de paradigmas, superação de condições estabelecidas e até mesmo a criação de uma legislação excepcional", aspectos que exigiriam "ousadia e doação" dos governantes, dos profissionais da educação e também dos profissionais de outras áreas que seriam chamados a colaborar, disse. Continua