terça-feira, 4 de maio de 2010

Vazamento aumenta e ameaça enterrar lei de mudança climática de Obama



JC e-mail 4001, de 03 de Maio de 2010.
Vazamento aumenta e ameaça enterrar lei de mudança climática de Obama


Dificuldade técnica em selar plataforma submarina por onde óleo vazou aumenta temor de que derramamento fique incontrolável

Sob críticas pela lenta reação em conter o desastre ecológico no Golfo do México, causado pelo derramamento de petróleo que se seguiu à explosão da plataforma da British Petroleum (BP) no dia 20, o presidente dos EUA, Barack Obama, decidiu viajar no domingo (2/4) cedo para a Louisiana para acompanhar in loco o trabalho de contenção do vazamento. Outro estrago é político: Obama enfrenta a possibilidade de ver engavetada sua Lei do Clima.

A imensa mancha de petróleo, que mede 113 quilômetros de comprimento por 210 quilômetros, já atingiu a costa da Louisiana e ameaça o litoral da Flórida e do Alabama - os três Estados decretaram na sexta-feira estado de emergência.

No sábado (1/4), cresceram os temores de que o vazamento poderá ficar fora de controle. O motivo é a dificuldade técnica de conter a saída de óleo justamente do equipamento gigante (cerca de 350 toneladas e mais de 10 metros de altura, encravado a 1,5 quilômetro abaixo do nível do mar) de prevenção de explosões. Chamado de BOP (sigla em inglês para blow out preventer), o equipamento é instalado na cabeça de um posto petrolífero durante a perfuração e, em tese, deveria selar o poço em caso de pressão do reservatório. Entre as alternativas estudadas está a perfuração de outro poço ao lado para tentar destruir a jazida, com injeção de fluidos a alta pressão.

As autoridades anunciaram ontem a retirada completa de funcionários de uma plataforma e a paralisação da produção de outras duas numa área do Golfo do México para onde a mancha se movimentava.

Na sexta-feira, Obama - cujo governo enfrenta o desgaste político pela lentidão em reagir à tragédia, a exemplo de seu antecessor George W. Bush durante o furacão Katrina - anunciou que não autorizará a exploração de petróleo em alto-mar até que as causas do vazamento sejam investigadas e novas medidas de segurança, adotadas em plataformas. Continua