JC e-mail 4017, de 25 de Maio de 2010.
Nobel alerta para monopólio em patente para célula sintética
John Sulston, ganhador do Nobel de Medicina em 2002, teme não poder seguir com pesquisas
Um conceituado cientista britânico, tido com um dos pioneiros do mapeamento do genoma humano, alertou que se for concedida a patente da primeira forma de vida criada artificialmente, ela poderá dar ao seu criador o monopólio sobre um amplo campo da engenharia genética.
Segundo o professor britânico John Sulston, ganhador do Nobel de Medicina em 2002 por suas pesquisas genéticas, a medida inibiria importantes pesquisas científicas. Ele se refere aos resultados da pesquisa sobre vida artificial liderada nos Estados Unidos pelo cientista Craig Venter e apresentada na semana passada.
No passado, Sulston e Venter chegaram a se confrontar em uma disputa por propriedade intelectual quando os dois competiam para mapear a sequencia do genoma humano, em 2000.
Na época, Craig Venter liderava os esforços do setor privado de patentear o genoma, com planos de cobrar pelo acesso à informação. John Sulston, da Universidade de Manchester, fazia parte de uma iniciativa do governo britânico e de instituições sem fins lucrativos para tornar o genoma acessível a todos os cientistas.
"O confronto 10 anos atrás foi sobre a distribuição de dados", disse Sulston. "Dissemos que este era o genoma humano e deveria ser de domínio público. E estou extremamente feliz por termos conseguido garantir isso." Continua
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