domingo, 11 de outubro de 2009

A grande chance de Lula

Via Blog do Noblat - Por Carlos Tautz - 11.10.2009


Vencedor, Lula já mostrou que é – mesmo antes de ter liderado a campanha pelas Olimpíadas no Rio em 2016.

Em 2003, demonstrou ser ambicioso, ao propor a exportação para o restante do planeta do seu Fome Zero.

Mas, se realmente tiver visão histórica e 500 mil réis de coragem, Lula decide que o Brasil assumirá metas grandiosas de redução de gases causadores do efeito estufa (GEE) e demandará que os Estados Unidos, a Europa e a China também o façam.

Uma ação deste tipo por parte do Brasil é uma das poucas ações capazes de levar o mundo a reduzir suas emissões. É a grande chance do planeta – e de Lula também.

Essa equação, porém, esbarra em dois limites: 1 – Lula não dá a menor bola para a questão ambiental; e 2 – Ele concorda com o modelo econômico de exploração intensiva de recursos naturais vigente no Brasil.

É este modelo, consolidado em grandes projetos vinculados às demandas do mercado externo, que induzem o desmatamento e as queimadas, fonte da ampla maioria dos GEE totais que fazem do Brasil um dos maiores emissores da atualidade.

Apesar de seus limites individuais, Lula tem um senso afinado de oportunidade.

Se por mais não for, apenas esse tirocínio já deveria levá-lo a se interessar pela questão climática.

Até porque, nas pré-negociações da CoP15, que agora ocorrem em Bangkok, na Tailândia, os Estados Unidos, central nesse problema por ser o maior emissor, voltaram a criar dificuldades para avançar no Protocolo de Kyoto 2 (Kyoto 1 vence em 2012).

Os diplomatas brasileiros têm a obrigação de dizer com todas as letras ao mandatário brasileiro que aí está a oportunidade de projetar o Brasil em nível global.

Se ainda não alertaram o presidente, devem fazê-lo correndo, porque estamos a pouco tempo da CoP15, a conferência dos países signatários da Convenção do Clima, que ocorre de 7 a 18 de dezembro em Copenhague, Dinamarca. Continua