domingo, 18 de outubro de 2009
Novos séculos, velhas disparidades
Via Contemporânea - Por Carla Rodrigues - 12.10.2009
O título desse texto é o mesmo do relatório do BID sobre as desigualdades salariais entre homens e mulheres nos países da América Latina. O documento mostra que, no Brasil, as mulheres ganham em média 29,7% menos do que os homens, a maior diferença encontrada entre os 18 países pesquisados. Nós, que gostamos tanto de nos ver como os mais poderosos do continente, ocupamos a posição mais desigual em relação a mulheres, índios e afro-descendentes, atesta o levantamento.
A pesquisa chega dias depois de uma conversa que tive a oportunidade de travar com uma arquiteta paulista que estava particularmente preocupada com um tema bastante difícil de abordar: como sensibilizar as mulheres que não se sentem vítimas de discriminação?
A minha única resposta para essa pergunta tem a ver justamente com o estudo do BID: só mostrando como é gritante a disparidade salarial entre homens e mulheres será possível atiçar a percepção de profissionais que pensam ganhar menos não por serem mulheres, mas por estarem em postos inferiores na carreira. E muitas consideram absolutamente “natural” estar em postos inferiores porque acharem que estão menos interessadas em ascensão profissional. Continua
O título desse texto é o mesmo do relatório do BID sobre as desigualdades salariais entre homens e mulheres nos países da América Latina. O documento mostra que, no Brasil, as mulheres ganham em média 29,7% menos do que os homens, a maior diferença encontrada entre os 18 países pesquisados. Nós, que gostamos tanto de nos ver como os mais poderosos do continente, ocupamos a posição mais desigual em relação a mulheres, índios e afro-descendentes, atesta o levantamento.
A pesquisa chega dias depois de uma conversa que tive a oportunidade de travar com uma arquiteta paulista que estava particularmente preocupada com um tema bastante difícil de abordar: como sensibilizar as mulheres que não se sentem vítimas de discriminação?
A minha única resposta para essa pergunta tem a ver justamente com o estudo do BID: só mostrando como é gritante a disparidade salarial entre homens e mulheres será possível atiçar a percepção de profissionais que pensam ganhar menos não por serem mulheres, mas por estarem em postos inferiores na carreira. E muitas consideram absolutamente “natural” estar em postos inferiores porque acharem que estão menos interessadas em ascensão profissional. Continua