O governador do Paraná, Roberto Requião, cria a língua solta. É conhecido pelos destampatórios que costuma protagonizar.
Nesta terça (27), Requião foi aos holofotes para ministrar uma aula de preconceito. Deu-se num programa chamado “Escola de Governo”.
Exibe-o a TV Educativa do Paraná. O tema do dia era o câncer de mama. Ao chamar o secretário de Saúde ao microfone, Requião fez das suas:
"Eu chamaria o Gilberto Martins, que vai, num espaço reduzido de tempo, anunciar a implementação de ações estratégicas para o controle do câncer...”
“...A ação do governo não é só em defesa do interesse público. É da saúde da mulher também...”
“...Embora hoje o câncer de mama seja uma doença masculina também, né? Deve ser consequência dessas passeatas gay".
Requião fez chiste com coisa séria. Os homens, como as mulheres, também são infelicitados pelo tumor de mama.
A incidência é menor –coisa de 1% dos cânceres malignos–, mas a encrenca é maior. Por quê?
A cura do câncer de mama está associada à precocidade do diagnóstico. Quanto mais cedo é descoberta a doença, maior a chance de êxito no tratamento.
Entre as mulheres, mais afeitas às visitas aos consultórios médicos, o diagnóstico precoce é comum. Entre os homens, nem tanto.
O câncer de mama masculino é mais comum nos pacientes que ultrapassam a faixa etária dos 50 anos.
Associar a doença à opção sexual de quem a sofre é algo tão inusitado quanto esperar de Requião que se exima de dizer tolices numa TV dita Educativa.
Blog do Josias de Souza