Por: Thiago Camelo
05.08.2010
Especialista em educação propõe uma reformulação radical no currículo de ciências do ensino básico.
"Quem tem uma experiência ruim com a matéria se magoa, não quer saber mais dela", diz.
defende – com vigor – que a forma secular de se dar aula precisa mudar
(CC BY-NC 2.0 / Wisconsin Historical Images).
"O conhecimento que não serve para nada é pior que inútil. Você se vacina contra o conhecimento, não quer mais saber dele".
A afirmação acima é de Luís Carlos de Menezes, físico e especialista em ensino de ciências da Universidade de São Paulo. Ela foi dita em conferência dada na sexta-feira passada, último dia da reunião anual da SBPC, em Natal (RN).
Em exposição que propôs um novo caminho para a aprendizagem de ciências no ensino básico, Menezes mostrou-se – muitas vezes – indignado com o modo como se transfere conhecimento nos colégios do país. Para ele, "as matérias são ensinadas como se fossem latim, uma língua morta".
O quer dizer isso?
Segundo o físico, as informações estão sendo passadas de forma equivocada aos estudantes. A matéria seria desinteressante, chata. Pouco útil.
– Há, no entanto, de se tomar cuidado com essa ideia pragmática de "ser útil". As coisas não precisam ter uma utilidade prática. Há conhecimentos que não servem para nada mas dão prazer. Gastronomia e namorar são as melhores coisas da vida. Mas não servem para nada – conta Menezes, em entrevista por telefone pós-SBPC. E complementa. – Agora, as aulas de ciências nos colégios não são úteis e nem prazerosas. Daí se pensa: "Desse treco eu não quero saber". Continua
Leia também:
- MPF/RJ cobra prevenção de acidentes graves em Angra 3
- Saúde tem pior nota em novo índice da ONU para o Brasil
- Contrariado, Lula assina decreto que aumenta sanções ao Irã
- Gafes de Dilma na TV repetem fenômeno “Cala Boca” no Twitter