quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Ciência: uma língua viva

Via Ciência Hoje
Por: Thiago Camelo
05.08.2010

Especialista em educação propõe uma reformulação radical no currículo de ciências do ensino básico.
"Quem tem uma experiência ruim com a matéria se magoa, não quer saber mais dela", diz.



Luís Carlos de Menezes, físico e especialista em educação da USP,
defende – com vigor – que a forma secular de se dar aula precisa mudar
(CC BY-NC 2.0 / Wisconsin Historical Images).


"O conhecimento que não serve para nada é pior que inútil. Você se vacina contra o conhecimento, não quer mais saber dele".

A afirmação acima é de Luís Carlos de Menezes, físico e especialista em ensino de ciências da Universidade de São Paulo. Ela foi dita em conferência dada na sexta-feira passada, último dia da reunião anual da SBPC, em Natal (RN).

Em exposição que propôs um novo caminho para a aprendizagem de ciências no ensino básico, Menezes mostrou-se – muitas vezes – indignado com o modo como se transfere conhecimento nos colégios do país. Para ele, "as matérias são ensinadas como se fossem latim, uma língua morta".

O quer dizer isso?

Segundo o físico, as informações estão sendo passadas de forma equivocada aos estudantes. A matéria seria desinteressante, chata. Pouco útil.

– Há, no entanto, de se tomar cuidado com essa ideia pragmática de "ser útil". As coisas não precisam ter uma utilidade prática. Há conhecimentos que não servem para nada mas dão prazer. Gastronomia e namorar são as melhores coisas da vida. Mas não servem para nada – conta Menezes, em entrevista por telefone pós-SBPC. E complementa. – Agora, as aulas de ciências nos colégios não são úteis e nem prazerosas. Daí se pensa: "Desse treco eu não quero saber". Continua

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