O Globo
Em meio à grande polêmica internacional e a menos de uma semana de a Justiça do Irã dar sua palavra final sobre a execução, a iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada à morte por adultério, disse ter sido mal tratada na prisão e que, pela forma como é vista, é como se "fosse apedrejada todos os dias".
Em entrevista publicada nesta sexta-feira pelo jornal britânico "Guardian", feita através de um intermediário, a mulher afirma ainda que Teerã tenta "confundir a mídia" para matá-la secretamente.
A iraniana aguarda a definição de seu caso na prisão de Tabriz, no noroeste do Irã. O método da execução seria por apedrejamento, mas foi mudado depois para enforcamento.
Inicialmente condenada por adultério, ela ainda passou a ser vinculada à morte do marido, o que, segunda ela, é uma tentativa das autoridades de manter a primeira sentença.
(...) "Eles estão mentindo. Estão constrangidos com a atenção internacional dada ao caso e estão desesperadamente tentando distrair a atenção e confundir a mídia para que possam me matar em segredo", assinalou a iraniana, que disse que o homem que realmente matou seu marido foi identificado e preso, mas não foi sentenciado à morte.
Sakineh também revelou que, no momento em que recebeu a sentença de morte, não entendeu o significado do termo jurídico "rajam".
Ela não sabia se tratar de um apedrejamento e assinou o documento da condenação.
"Quando o juiz me deu a sentença, eu não me toquei que seria apedrejada porque não sabia o que queria dizer 'rajam'. Eles pediram que eu assinasse a sentença, o que fiz. Depois, voltei para a prisão, minhas companheiras de cela disseram que eu seria apedrejada até a morte, e desmaiei no mesmo momento", contou.
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Acabe com o apedrejamento!
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