sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Mais da metade dos fumantes com câncer não larga vício após diagnóstico

Via Equilíbrio e Saúde/Folha.com
26.08.2010

Um levantamento realizado pelo Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira) apontou que 60% dos fumantes diagnosticados com câncer não conseguem largar o cigarro mesmo após descobrirem a doença.

Segundo a análise, de todos os atendimentos realizados este ano no Icesp --que tem uma média de 6.000 por mês--, 35% dos pacientes, ou um em cada três, afirmaram serem tabagistas no momento em que ingressaram na unidade para realizar o tratamento.

Os efeitos nocivos que o cigarro provoca são extremamente prejudiciais para quem luta contra o câncer. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, o tabagismo dificulta a cicatrização, prejudicando pacientes submetidos a cirurgia oncológica.

Além disso, eleva a pressão arterial e o risco de doenças cardiovasculares e infecções respiratórias. A função pulmonar também é altamente afetada, o que pode aumentar o risco de complicações durante o período de radioterapia, por exemplo.

Os pacientes oncológicos que fumam também enfrentam dificuldades durante o período da quimioterapia. Alguns quimioterápicos podem surtir efeito bem menor no organismo, o que prejudica o tratamento e, muitas vezes, a cura. Os efeitos colaterais, como náuseas, vômitos, perda de apetite e sintomas respiratórios, também são intensificados.

"Infelizmente, a grande maioria relata dificuldades para abandonar o cigarro, mesmo após receberem o diagnóstico de câncer. Mas é fundamental que essa realidade mude, não só por melhorar a qualidade de vida das pessoas como para ajudar na luta contra a doença", alerta Frederico Leon Arrabal Fernandes, médico pneumologista do instituto.

Gomas de nicotina e adesivos são as formas mais indicadas para incentivar os fumantes a largarem o vício e diminuir o desconforto da abstinência durante o período de internação.

Como forma de incentivo para os fumantes largarem o vício e diminuir o desconforto da abstinência, o Icesp oferece tratamento.
fonte