Por Renata Moehlecke
19.11.2010
Segundo os pesquisadores, apesar de o estudo não medir a magnitude do abuso a pessoas de idade, os resultados revelam que o fenômeno da violência contra idosos é um problema de saúde pública |
Os agressores apresentaram 2,4 vezes mais chances de serem homens do que mulheres. Em 54,3% dos casos, eles não eram parentes da vítima, mas esses, em sua maioria (73,3%), eram conhecidos por elas. Em casos em que há parentesco, 83,7% das agressões foram efetuadas por filhos das vítimas. Os pesquisadores ainda explicam que a maior ocorrência de casos nos fins de semana pode ser explicada pelo aumento do contato familiar no período ou pelo fato de que os agressores em potencial têm mais possibilidades de terem consumido álcool. “A alta incidência de abuso no período noturno pode ser parcialmente explicada pelo fato de que muitos idosos sofrem de insônia, potencialmente irritando outras pessoas que vivem junto com eles”, acrescentam.
“Apesar de o estudo não medir a magnitude do abuso a pessoas de idade, o que os resultados revelam é suficiente para tratar o fenômeno da violência contra idosos como um problema de saúde pública, devido a sua transcendência social, já que envolve consequências físicas e psicológicas”, destacam os pesquisadores. “É necessário encorajar idosos e a sociedade a prestar queixas contra casos de abuso, a fortalecer as redes formais e informais de suporte e proteção a vítimas, e punir os agressores. Violência contra idosos é obviamente um assunto complexo e lidar com ele é uma tarefa que requer esforços intersetoriais e investimentos”.