sábado, 20 de novembro de 2010

Brasil precisa de cinco anos para população atingir média de escolaridade prevista na Constituição

JC e-mail 4139, de 18 de Novembro de 2010.
Brasil precisa de cinco anos para população atingir média de escolaridade prevista na Constituição


Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) analisa dados da Pnad/IBGE sobre educação

Ainda levará cinco anos para que a população brasileira atinja a escolaridade mínima prevista originalmente na Constituição Federal - ensino fundamental completo ou oito anos de estudo. É o que aponta a análise do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad/IBGE) de 2009.

No ano passado, a média de anos de estudo da população com mais de 15 anos de idade foi de 7,5. Entre 1992 e 2009, a ampliação anual foi de 0,14 ano de estudo. O crescimento, entretanto, se deu de forma desigual nas diferentes regiões do país. Enquanto no Sudeste a média de anos de estudo já é maior do que o previsto na Constituição Federal, no Nordeste ainda é de 6,3. "O diferencial entre essas regiões vem se mantendo desde o início da série [histórica estudada] em cerca de 2 anos", aponta o estudo.

A média de anos de estudo também é diferente entre pobre e ricos, negros e brancos e moradores de zonas rurais e urbanas. O estudo destaca que os negros têm, em média, 1,7 ano de estudo a menos do que os brancos. A população urbana tem 3,9 anos de estudo a mais do que a rural. Na comparação de renda, os 20% mais pobres têm, em média, 5,5 anos de estudo, enquanto os 20% mais ricos estudaram 10,7 anos.

O Ipea analisou que o hiato educacional - a quantidade de anos de estudo que faltam para que os brasileiros cheguem ao mínimo definido na Constituição - diminui a cada ano, mas evolui de forma distinta em cada faixa etária. Quanto mais alta é a idade, menor é a queda do hiato. Em 2009, o hiato na população com mais de 15 anos era de cerca de 4,8 anos, enquanto entre os brasileiros com mais de 30 era de 5,1 e no grupo de 15 a 17 anos era de 2,8. Continua