quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Unica pede a Lula pressão por Código Florestal

JC e-mail 4143, de 24 de Novembro de 2010.
Unica pede a Lula pressão por Código Florestal


Para o presidente da União da Indústria da Cana, o tema já foi muito debatido

Com receio de perder o apoio do governo na gestão Dilma Rousseff, os usineiros pediram ajuda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para aprovar no Congresso ainda em 2010 o novo Código Florestal.

Na terça, em assinatura de contrato para a construção de rede de dutos de etanol pela Petrobras e o setor privado, Marcos Jank, presidente da maior entidade do setor, a União da Indústria da Cana (Unica), pediu interferência de Lula para que as alterações no Código Florestal passem ainda em 2010. Para Jank, é preciso "urgentemente" de solução definitiva para o tema da reserva legal, que "ameaça milhares de hectares de cana".

Jank defende a votação do relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) ainda neste ano, antes da mudança de cadeiras no Congresso. Para o presidente da entidade, o tema já foi muito debatido.

Os conflitos decorrentes da aplicação do código geram insegurança e mudanças devem ser feitas à Câmara e ao Senado. Não podemos voltar à estaca zero. Temos a posse da nova presidente. Obrigado, presidente, se o senhor puder nos ajudar", disse Jank, durante a cerimônia de assinatura de contrato de construção de uma rede de dutos de etanol pela Petrobras - da qual também participou o presidente da empresa, José Sergio Gabrielli -, em conjunto com empresas privadas.

O relatório do deputado Aldo Rebelo fixa mudanças em linha com as demandas do setor, como a redução de áreas de reserva legal e anistia às multas impostas a desmatadores e a flexibilização da produção agropecuária em áreas de proteção permanente.

A pressão ambiental contra o Código é crescente. Estudo do Observatório do Clima, divulgado na terça-feira, indicam que as alterações no Código Florestal, propostas pelo deputado Aldo Rebelo podem representar a emissão de até 26 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa e comprometer a meta brasileira de reduzir entre 36,1% e 38,9% as emissões nacionais até 2020.

Às vésperas de uma nova rodada da negociação climática internacional, que começa na segunda-feira em Cancun, no México, o documento analisa os impactos de duas das principais propostas do novo código para os compromissos de redução de emissões assumidos internacionalmente pelo Brasil. Continua