Por Vitor Hugo Soares
13.11.2010
Segunda-feira (08/11) Caetano Veloso saiu do histórico palco do Teatro Castro Alves visivelmente extenuado. Os sinais de tensão e emoção ainda permaneciam à flor da pele do artista, como se ele tivesse acabado de participar de uma experiência semelhante a da maratona enfrentada pela atriz Jane Fonda, no demolidor filme de Sidney Lumet, “A Noite dos Desesperados" (Não se matam mais Cavalos?), jóia premiada do cinema político e social dos anos 70.
Pode parecer exagero, mas esta é a primeira imagem comparativa que vem à cabeça do jornalista diante do espetáculo protagonizado pelo filho querido de Santo Amaro da Purificação, na cidade que o projetou para o País e o mundo. Agora, beirando os 70 anos de idade, Caetano havia acabado de vencer com a mesma garra e brilho (mesmo despedaçado física e intimamente) um teste demolidor.
Quase três horas de música e conversa sobre a vida, a poesia, a juventude e a velhice, os colegas e amigos, a profissão, a família, a religião, a política, a prisão, o exílio, a volta e a permanência. Uma catarse pessoal diante da platéia que ocupava todos os lugares do TCA em festa, como em suas noites mais memoráveis. Continua