Por Aretha Francis
24.11.2010
Tambogrande marcou o ponto de partida. Desde que no ano 2000 os moradores desta comunidade no norte do Peru se organizaram em uma consulta popular para bloquear as atividades minerais da empresa Manhattan, mais episódios foram acontecendo.
Sete anos depois, numa consulta popular nos municípios de Pacaipampa, Ayabaca e Carmen de la Frontera, a comunidade piurana (do departamento de Piura) se perguntava sobre o projeto Rio Branco. Você quer mineração nas suas terras? Exatos 94,53% da comunidade gritaram que não. No dia 16 de setembro, dava-se um passo mais: as províncias de Ayabaca, Huancabamba, Jaén e San Ignacio se declaravam áreas livres de mineração.
O Peru viu como nos últimos anos, e graças às políticas de Alan García, as concessões minerais dispararam, até cobrirem 16% do território. No norte do país, as concessões nestas quatro províncias ocupam até 25% da área e, se iniciados projetos de exploração, criarão um grande distrito de mineração.
O Projeto Rio Branco, iniciado com capital britânico e atualmente em mãos do complexo chinês Zijing representa todos os medos da população. Ecologicamente, a mina ameaça a agricultura da zona e as bacias hidrológicas do Amazonas. “Aqui em Ayabaca nos estamos em um paraíso, em um ambiente tão saudável, onde nascem as águas puras e limpas da cordilheira. Decidimos que não aceitamos a mineração aqui”, expressa Natividad Vicente Gonza, ex-vice-presidente da Federação Provincial de Rondas Campesinas da província de Ayabaca. Continua