18.11.2010
Imagem: motoboysdobrasil.com.br |
Porém quando paramos para pensar nas diversas formas de preconceito que se tem por aí será que estamos imunes de preconceito? Será que este e um caso isolado em nosso país?
Infelizmente não, esta é só uma das formas virtuais de preconceito, mas a intolerância está presente em nosso dia a dia, por mais que não queiramos.
Darei alguns exemplos: Quando se conta piadas sobre negros, mulheres, homoafetivos e nordestinos (ou índios ou argentinos) será que não se está disseminando o racismo, a homofobia, o machismo e a xenofobia?
Em nosso país, ao contrário, por exemplo, dos EUA, não existe um preconceito tão aberto como naquele país onde instituições como Ku-Klux-Klan e Tea Perty ainda participam do dia a dia daquele país.
No Brasil, o preconceito assume o pior dos lados, é um preconceito velado, onde a partir das atitudes e falas é que se consegue notar quão preconceituoso é nosso povo.
Mas, apesar da maior parte do preconceito ser velado, ainda hoje temos em nosso país grupos de radicais como neonazistas e skinheads que disseminam preconceitos, e pior, muitas das vezes são capazes de assassinar negros e gays, sobre o pressuposto de uma supremacia racial inexistente.
O pior, sem dúvida, é a sociedade fingir que isso não existe e ficar calado achando ser isto uma frescura de uma minoria, ou ainda chegando ao ponto de se negar o preconceito, como chegou a fazer o juiz Edilson Rumbelsperger Rodrigues, da comarca de Sete Lagoas (MG), ao dizer que a Lei Maria da Penha (aquela lei que pune os homens que agridem mulheres) é “um feminismo exagerado”.
Como é difícil para as pessoas assumirem seus preconceitos, fica também difícil combatê-los, ainda mais quando percebemos que a maior parte dos preconceitos é respaldada pela sociedade, como por exemplo, o preconceito contra os homoafetivos, que as próprias instituições religiosas contribuem para sua disseminação.
Acredito que o primeiro passo para vencermos esta barreira cultural chamada preconceito, perpassa por nossas atitudes como cidadãos, quando evitamos piadinhas e trocadilhos preconceituosos e atitudes de intolerância de qualquer tipo, estamos contribuindo para uma sociedade mais igualitária, buscando a mais difícil de todas as revoluções, a revolução anti- preconceito.
* Pedro Luiz Teixeira de Camargo (Peixe), Biólogo pela UFOP/MG, especializando em Educação Tutorial pela UFF/RJ. Atualmente é Professor de Ciências e Biologia da rede municipal de ensino de Ouro Preto.
Jornal da Record
17.11.2010